www.cidademarketing.com.br Cidade Marketing: maio 2008

sexta-feira, maio 09, 2008

O novo luxo. Trading Up e Trading Down.

MUDAMOS! O blog se transformou em um Portal.

http://www.cidademarketing.com.br/ (Portal CidadeMarketing)

O Projeto CidadeMarketing surgiu em março de 2007 quando desenvolvi um blog com artigos pertinentes as áreas de gestão de marcas e marketing. No início de 2008 resolvi ampliar o projeto e transforma-lo em um Portal de Conteúdo sobre Mercadologia no intuito de disseminar informações e conhecimentos. Apresento agora para vocês o CidadeMarketing através do link http://www.cidademarketing.com.br/ , espero com esse veículo de comunicação contribuir para o desenvolvimento acadêmico e profissional de todos.

Conto com vocês para colaborarem com esse mais novo espaço interativa que visa produzir, informar, discutir e promover assuntos pertinentes a área de marketing.

Abraços e sucesso, Thales Brandão

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A preocupação com as estratégias de marketing, resultado da orientação da empresa para o mercado, tornou imperativo identificar as necessidades e expectativas declaradas e latentes dos consumidores. Nos dias atuais os consumidores têm um elevado poder de escolha em relação aos produtos que desejam comprar e nunca as empresas investiram tanto em conhecer e entender seus clientes.

Um novo padrão de consumo foi constatado recentemente através de estudo realizado pelo Boston Consulting Group. A constatação básica: o novo consumidor procura adquirir tantos produtos de baixo custo (trading down), quanto produtos e serviços Premium (trading up), procurando ditar as regras do mercado. Em outras palavras ele quer se sentir um expert no jogo de compra. Os números provam que o trading up e o trading down estão fazendo com que os produtos medianos percam consumidores. Nos Estados Unidos o mercado de televisores de preços intermediários caiu 40% na última década enquanto, no mesmo período, o mercado dos modelos mais caros cresceu 33% e o dos mais baratos 7%. O mercado intermediário de roupas femininas caiu 18%, enquanto em ambas as extremidades o crescimento foi de 9%. Essa mudança refere-se à perda de market share das empresas que atuam com produtos medianos.

O lançamento de um produto eletrônico, por exemplo, que demandou investimento substancial em pesquisa e desenvolvimento, normalmente atinge apenas os segmentos com maior poder aquisitivo, em conseqüência de seu alto preço inicial e de sua estrutura de distribuição restrita ao varejo de produtos sofisticados. É fundamental que a empresa o posicione inicialmente como um produto especial, promovendo o interesse dos segmentos formadores de opiniões e dos que prezam novidades. Com o passar do tempo, à medida que a crescente demanda leva ao aumento da produção e conseqüente economia de escala, os preços do produto tendem a baixar, possibilitando a compra pelos segmentos com menor capacidade de aquisição, em um movimento de cima para baixo – o chamado trading down.

O trading up, diferente da categoria anterior, representa uma nova modalidade, uma espécie de “novo luxo”. Com as mudanças econômicas ocorridas em diversos países e um aumento de renda, permite aos consumidores de classe média adquirir produtos de luxo. Ou seja, uma vez adquiridos os artigos de necessidades básicas, as pessoas estão dispostas a adquirir produtos que satisfaçam suas demandas emocionais, mergulhando assim no mundo do novo luxo.

O movimento de trading up e trading down é um processo globalizado, que atinge todos os continentes. Embora cada região guarde suas peculiariedades, o processo se dá de maneira uniforme e homogênea. No Brasil, em dois anos, 20 milhões de pessoas saíram da pobreza e emergiram para a classe C, esse fenômeno catapultou o consumo e expandiu a classe média. A classe C, hoje grupo dominante no Brasil, é composta por 86 milhões de pessoas. Esse fenômeno populacional e de mercado faz com que os consumidores dessa classe oscilem entre os extremos, transitando entre o up (produto de alto custo) e o down (produto de baixo custo). Esse movimento de tradings tem uma conexão direta entre a sociedade de consumo e o crédito. Os consumidores brasileiros estão vivenciando um mercado farto de linha de crédito. Em 2001, o total de crédito disponível na economia brasileira representava 22% do PIB (produto interno bruto). Em 2007, o porcentual chegou a 35% e, de acordo com projeções do Banco Central, no fim de 2008 ele deverá atingir 40%. Hoje os prazos se ampliaram, as parcelas são menores e a classe C consegue comprar mais produtos e experimentar a faixa nobre do mercado, consumindo produtos Premium.

Enfim, o novo luxo parece ser uma fonte de experiência de emoção e prazer para um consumidor médio que quer se diferenciar e ao mesmo tempo se dar pequenos prazeres.

Referências
* KOTLER, Philip. Administração de marketing. Bíblia do Marketing. 12ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
* Quatro novas estratégias de marketing – Disponível em: http://backwars.blogspot.com/2006/06/quatro-novas-estratgias-de-marketing.html - Acesso em 01 mai. 2008.
* Revista Veja – A classe dominante. Editora Abril. Edição 2054 – Ano 41 – No 13 – 02 abril 2008.
Fotografias:
* Montagem das Imagens: Thales Brandão Fotos:
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