O valor emocional das marcas.
As empresas não conseguirão competir no mercado se os clientes não acreditarem na competência delas. Ao mesmo tempo, a funcionalidade não basta para criar uma marca diferenciada, porque a concorrência, em geral, possui capacidades técnicas similares ou até mesmo idênticas.
Um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas passa pelo desenvolvimento de uma capacidade e modelo de diferenciação junto aos seus concorrentes, que não se norteia unicamente nos benefícios tangíveis da marca.
Nesse contexto, as empresas passam a valorizar as marcas enquanto fator competitivo forte, consistente e duradouro que, aliado às emoções estimulam junto ao consumidor a sensação de proximidade, afeição e confiança.
Nos últimos tempos, a marca ganhou autonomia e importância, deixando de ser associada apenas ao nome e ao logotipo do produto ou serviço, passou a englobar outros conceitos como a imagem, a notoriedade, a personalidade e as associações que se manifestam de forma tão complexa quanto à primeira. Assim, a marca é vislumbrada como sendo um suporte real da intangibilidade apontada como o elemento fundamental das promessas dos benefícios junto do consumidor.
A identidade da marca tem como principal função garantir um elo entre a empresa e o cliente e deve representar valores seguindo atributos funcionais, emocionais e auto-expressivos. O desenvolvimento da imagem se formaliza na criação de uma identidade, que possa mostrar um perfil ou uma personalidade impactante e presente, com o intuito de criar empatia e identificação entre consumidor e marca.
Os atributos funcionais são percebidos em elementos como o nome, símbolo, cores e tipografia utilizadas para compor a marca.
A marca é envolvida por atributos emocionais em sua essência, traços este de personalidade da marca. Para Gobé (2002, p. 19): Por emocional, quero dizer como uma marca se comunica com os consumidores no nível dos sentidos e das emoções. A criação de marcas emocionais fornece os meios e a metodologia para conectar produtos ao consumidor de uma forma profundamente emocional. Ela focaliza o aspecto mais forte do caráter humano; o desejo de transcender a satisfação material e experimentar a realização emocional. A marca é univocamente estabelecida para cumprir essa tarefa, pois pode ativar os mecanismos que sustentam a motivação humana.
Os atributos auto-expressivos por sua vez estão ligados à maneira de como o consumidor se sente ao utilizar determinado produto, criando assim uma relação próxima e pessoal entre o indivíduo e a marca consumida. A marca cria significados através da sua imagem conectando as pessoas e ajudando-as a expressar quem somos, para onde vamos ou quem não somos. Para Lannon (1993), em um nível mais complexo, os símbolos das marcas é parte do esforço dos indivíduos para construir uma identidade. Tudo que comprarmos pode significar e denominar quem somos, para onde vamos e quem não somos e mais como queremos que os outros nos vejam, como achamos correto nos comportar.
A identidade da marca determina as linhas gerais do processo comunicativo e posicionamento pretendido pela empresa junto aos consumidores.
Conseguir alcançar emocionalmente os consumidores por meio de uma experiência generosa, dedicada, inovadora e autêntica eleva uma marca para além de critérios como preço, características e benefícios e a posiciona em um nível superior em relação a suas concorrentes, garantindo assim comprometimento do cliente.
Nos dias atuais a diferenciação das empresas de suas concorrentes, prende-se no ambiente emocional que se estabelece com o consumidor, fazendo-o com argumentos lógicos e emotivos. (OLINS, 2005)
Marca Starbucks acrescentou um novo significado
ao hábito de tomar café e transformou-o em uma experiência.
No processo de concepção e divulgação de uma marca é necessário compreender o que motiva a opção de compra e é fundamental utilizar uma imagem (mental e simbólica), adequada aos sentimentos do consumidor. (MARTINS, 1999)
Portanto a gestão emocional das marcas líderes de mercado passa a representar um ideal de vida para o consumidor, procura algo mais do que a simples satisfação da necessidade básica a que determinado produto/serviço se propõe, busca outros benefícios adicionais, intangíveis e emocionais, gerando assim relacionamentos duradouros, atingindo assim o propósito do marketing satisfazendo às necessidades e desejos dos consumidores.
GOBÉ, Marc. A emoção das marcas – Conectando marcas às pessoas. Rio de Janeiro: Negócio, 2002.
LANNON, J. Brand equity & advertising: advertising’s role in building strong brands. New Jersey, 1993.
MARTINS, José Roberto. A natureza emocional das marcas. São Paulo: Negócios, 1999.
______________. Branding. São Paulo: Negócios, 2000.
OLINS, Wally. A marca. Lisboa: Verbo, 2005.
Fotografias:
* Capa do Livro Apple Confidential * Site Starbucks (www.starbucks.com)
* Imagens do Rio de Janeiro (http://www.sxc.hu/)
5 Comentários:
Estou no último ano de Adm e escolhi como tema para o meu Tcc, as Marcas. Na busca por material na internet, me deparei com este rico material, além da vasta bibliografia disponivel.
Acredito que será de grande valia, para nortear o meu trabalho.
obrigada!
PAULA LIRA
paulalira01@ig.com.br
Thales.. excelente esse seu artigo como faço para publicar-los em um arevista relacionado ao marketing?
Carlos Buriti
buriti@hotmail.com
Thales, excelente trabalho. Parabéns. Acredito que falar com propriedade é sempre bom para ter argumentos e vc está recheado deles.
E quando fala-se em emocional, ainda poderíamos citar Tom Peters, Kevin Roberts, Aaker, entre tantos outros feras, no entanto ficou ( e está ) um grande material.
Abs
Thales, muito bom este artigo, muito rico em informações. Parabéns.
Aproveito para add o seu blog no meu.
Abraços
Sales
Tales, gostei muito de seu artigo, estou pesquisando para minha monografia que tem o tema: A natureza emocional da marca Lebon (marca de genero alimenticio ) e acho que este material me ajudou a da um norte a meu trabalho.
Marivone.
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